Bem-vindos ao Armazém Geral do Capitão Edd!!

Olá a todos! Eu ser Edwyn Folddron, mais conhecido no porto de Illian como Capitão Edd - muito embora, a verdade dever ser dita, haver já muitos anos que eu não navegar! (dá um suspiro saudosista, lembrando de seus bons tempos de lobo do mar).

Eu ser um honorável comerciante Illianer, dono de um armazém geral na doca sul daquele que ser o maior e mais belo porto marítimo que o mundo conhecer!! Não há nada que eu não negociar - a não ser mercadorias ilegais, claro, já que eu ser um cidadão de bem!! (com o pé direito, empurra uma caixa "suspeita" pra debaixo do balcão).

Em minha vida de marujo e de comerciante, eu ter conhecido muita gente interessante, de toda parte e de todos os mares!! Eu adorar os diferentes povos e culturas, e gostar de sempre aprender coisas novas!!

Mas claro, como bom Illianer e, acima de tudo, como um homem que andar na Luz, eu simplesmente não conseguir aguentar aqueles Tairens filhos-de-uma-lontra-manca!! Sangue e Cinzas!! Só de pensar em Tairens meu sangue ferver!!

Por isso, se você ser Tairen, já ficar aqui o meu aviso: nem tentar negociar comigo, pois tudo o que você conseguir vai ser alguns dentes a menos!! Humpf!

Saudações Capitão Edd,

Acabo de voltar do Quadrilátero de Tammaz, onde seu rei, Matin Stepaneos, acaba de convocar a Grande Caçada ao Chifre de Valere.

Com os anos, desenvolvi uma teoria pela qual a Grande Caçada é convocada em Ilian porque o Chifre de Valere está em Ilian. Sempre esteve. Qual melhor tática para dispersar interesseiros do que dizer que aquilo que está com você está do outro lado do mundo?

O falso Dragão Logain deixou meu país totalmente desorganizado... Sai de lá imaginando que encontrar o Chifre poderia significar glória e trazer alguma paz para os membros artríticos de meu pai.

Mestre Folddron, você conhece esta cidade como poucos... Pensei que, talvez, pudesse me ajudar a descobrir localizações de onde poderia estar o Chifre de Valere.

Ahhh... antes que me esqueça, sou , já fui minerador, como meu pai. Antigo membro da Legião da Muralha, nascido e criado em Jarra, ao norte de Ghealdan, filho de Sam Ardoz, minerador de alum, sou Mostle Ardoz.

Saudações, meu caro Mestre Ardoz!!

Ainda bem para o senhor que eu não ser um Tairen bigode-de-bagre-das-profundezas!! Eu não vender boatos ou mentiras, tampouco mapas falsos ou réplicas fajutas do Chifre mais famoso do mundo!!

Por isso, se o Mestre Ardoz me permitir discordar de suas suspeitas, eu ousar dizer que não concordar com sua teoria, por mais lógica que ela ser!! Afinal, se o Chifre de Valere estar em poder dos nobres governantes de Illian, por que não o usar para esmagar aquela terrinha chamada Tear e retomar o que ser nosso por direito??

Mas essa não ser a questão... O que importar é que eu ter informações bastante confiáveis de um grande amigo, um compatriota tão honesto quanto eu! Ele atender pelo nome de Bayle Domon, e ser o Capitão do respeitável Borrifo!!

Mestre Domon me haver dito que ter em mãos um mapa que ele conseguir após uma dura negociação com o Povo do Mar. Este mapa indicar que o Chifre de Valere estar em algum lugar a oeste, possivelmente na Península de Toman Head!

Ele zarpar esta madrugada em direção a Falme, e estar a procurar Caçadores do Chifre dispostos a lhe ajudar na Caçada!! Se lhe interessar, ser esta a oferta!!

Acho que o senhor precisar de novos equipamentos, não Mestre Ardoz?? Sorte sua estar no Armazém do Capitão Edd, pois eu ter tudo o que você precisar!!!

Meu caríssimo Capitão Edd! Há quanto tempo... e que prazer ve-lo novamente! E ainda tão guapo!

Ah, vejo que não se lembra de mim! Certo, nos encontramos há muitos anos, é natural que tenha me esquecido. Sou Bibiana al'Jaar! Lembra-se agora? Não? Oh, não há problemas nisso, suponho. Podemos recomeçar nossa amizade como se acabássemos de nos conhecer.

Capitão, venho até seu estabelecimento procurando algo especial... algo específico, na verdade, que, pelo que sei, lhe foi entregue há três noites, por um sujeitinho moreno e furtivo, que por sua vez recebeu-o de uma mulher, a quem devia entregar seu pagamento. Sim, suponho que saiba do que estou falando. Trata-se de um bracelete de prata em formato de serpente, com olhos de granáteas e um símbolo desenhado na barriga. Estou procurando tal objeto há tempos e sei que ainda se encontra por aqui.

É, claro, estou disposta a pagar-lhe um valor mais que justo por essa bugiganga. Poderemos fazer negócios?

Minha cara Senhora - ou seria Senhorita? - desculpar a este velho Capitão, mas como a Senhorita dizer que ser mesmo seu nome?? Bibiana al'Jaar?

(O sangue simplesmente desaparece do rosto do Capitão, e gotículas de suor tomam conta de sua larga testa. E com a boca repentinamente seca ele prossegue)

Não me levar a mal, mas uma Senhorita com o mesmíssimo nome ter passado aqui horas atrás e, após apresentar a este humilde mercador a "ordem de compra" de tal mercadoria - se é que a Senhorita me entender - eu lhe entregar o item. Eu ainda ter as moedas com que ela me pagar pelo bracelete (ele então tira um saco repleto de Marcas de Tar Valon de algum lugar debaixo do balcão).

(O Capitão enfim nota um homem na porta que, de costas para o estabelecimento, observa a rua e escuta atentamente à sua conversa com esta mulher que diz se chamar Bibiana al'Jaar. Ele já não tem certeza de mais nada, a não ser de que está seriamente encrencado. "Porque diabos eu aceitar esta tarefa de informante?", ele se pergunta repetidas vezes em sua mente)

Antes que você me perguntar como ela ser, eu já lhe dizer: ser uma bela guria, loira e de olhos claros. Seu cabelo estar arrumado em pequenas tranças, à moda de Tarabon - muito embora ela não usar aquele véu engraçado... Ah! Eu acreditar também que ela não estar só, pois apesar de somente ela entrar em meu armazém, a ouvi conversar com pelo menos outras duas mulheres tão logo ela deixar meu estabelecimento.

O olhar da mulher tornou-se agudo.

Oh!, mas Capitão! Deve haver algum engano aqui!

Sabe, tenho meus métodos de saber certas coisas, e sou capaz de jurar, pela Luz e pela minha esperança de salvação e renascimento, que meu bracelete ainda está aqui, no Armazém! Na verdade, tenho a impressão de que está dentro daquela caixa ali... embaixo de uma montanha de jóias penhoradas pelos membros falidos de algumas das melhores famílias de Illian e arredores.

O senhor deve ter se enganado e entregado o bracelete errado àquela pobre moça, que jamais o vira e não saberia identifica-lo. O que foi muito bom, aliás, porque ela não passa de uma bandida, que já está sendo perseguida pelas autoridades, a esta altura. Mas comigo não haverá erro, pois conheço bem a jóia. Até tenho o par dela aqui comigo, veja só!

A mulher ergue a manga, mostrando um bracelete idêntico ao procurado, com exceção dos olhos, que são de safira ou outra pedra azul.

Claro, existem algumas cópias dele (certos ourives são muito inescrupulosos), mas eu o possuí por tempo demais para não identificar o verdadeiro com precisão.

Então... pode me entregar o meu bracelete agora? O Capitão da Guarda, que teve a gentileza de me acompanhar até aqui, deve estar se aborrecendo muito lá fora. Prometi a ele que o negócio seria rápido. Talvez, daqui a pouco ele se decida a entrar e procurar também algum artigo que o interesse. Ele costuma procurar por todos os cantos...

Aliás, já que estamos fazendo negócio, também vou querer aquela boneca de porcelana com vestidinho cor-de-rosa que estou vendo ali no canto. Não tive bonecas quando era menina, sempre quis ter uma!

O homem parado na porta volta-se subitamente, encarando a moça com um olhar que é uma mistura um pouco cômica de surpresa e preocupação. Ela o encara de volta.

O quê?! (diz , dirigindo-se a ele) Tenho o direito de ser um pouco sentimental, não tenho?

O homem a examina com atenção por mais alguns instantes, mas não diz nada. Volta-se novamente para a rua, reasumindo sua posição relaxada e alerta.

(Ainda atônito, o Capitão se dirige à caixa apontada pela nada habitual cliente. E, após alguns instantes fuçando em seu interior, localiza, para seu tremendo espanto, o tão falado bracelete!)

Como diria o Povo do Mar, "pelas barbas do Coramoor"!, murmura Mestre Folddron. Eu já não entender mais nada, prezada Senhorita al'Jaar!! Eu poder jurar pela Luz e pela esperança de ventos bons e mares calmos que eu ter entregue esta peça a alguém que dizer ter o seu mesmíssimo nome!!

Mas bem... Se você dizer ser este o original, e insistir em também se chamar Bibiana al'Jaar - e, convenhamos, quem ser este simples mercador para questionar uma Senhorita tão distinta (nota-se uma certa ênfase nesta palavra) - eu não ver problema algum em lhe entregar esta peça. Mais: em nome de minha boa reputação ("e de minha sanidade", diz o Capitão em voz baixa), eu lhe entregar a peça sem cobrar qualquer valor. Afinal, eu já receber pelo item, ser ele verdadeiro ou não!! Aliás, a Senhorita poder levar também a boneca! Ser cortesia da casa!!

Agora, se a Senhorita e o Cavalheiro me perdoar, eu ter que terminar de atender outro estimado cliente! Ele ser um Caçador do Chifre de Valere, e eu o estar a ajudar a se equipar!

(E nisso o Capitão Edd sai gritando pelos corredores do armazém: "Mestre Ardoz, onde o Senhor estar?? Conseguir encontrar a armadura de couro da qual eu lhe falar??")

A mulher pega o bracelete, examina-o brevemente e dirige novamente o olhar ao corredor por onde o Capitão acaba de desaparecer, desta feita com um sorriso encantador.

Obrigada, Capitão. É muito gentil! Sabia que poderíamos chegar a um entendimento!

E, com o bracelete já no pulso e a boneca debaixo do braço, dirige-se à porta e ao homem que a espera. Mais tarde, o ajudante do Capitão contará que a ouviu murmurar, com um risinho maldoso: "Queria só ver a cara daquela safada ordinária da Liandrin, quando tentar usar o bracelete e descobrir que não funciona"!

(HAHAHAHAHAHAHAHAHA!!! )

(Agora, Leandro, avise o Franz que a bola está com ele).

Whisper mode on

Pssit... Capitão Edd,..

Esta foi uma cena bastante pitoresca... Essa senhorita... hum... não consegui entender o rosto dela... ao mesmo tempo que é bela, não sei estimar a idade dela - e olha que sou bom nisso...

Whisper mode off, antes que o Capitão possa falar qualquer coisa...

Caro Capitão... ehmmm... uhmmm... [olhando alguns equipamentos], tenho uns dobrões aqui do Povo do Mar... espero que os aceite em troca deste cachimbo, desta adaga e destas placas de armadura (mas só a parte para as coxas...) Como pode ver, além destas luvas de metal (ele aponta no balcão, onde havia deixado suas luvas), minha cota de malha tem estas proteções para o ombro (aponta novamente), mas não tenho nada nas coxas...

(Mostle Ardoz é uma pessoa que se comunica mais com gestos do que com as palavras, conforme pode se ver....)

Senhorita al'Jaar ( faz uma reverência toda cheia de rebuscação, mas na verdade, parece um grande bufão): e você... qual o palpite de vocês sobre o Chifre de Valere? Preciso ver para onde vou... Queria estudar mais teorias antes de me jogar no mundo...

Mas creio que a proposta do Mestre Domon parece interessante... Nunca singrei os mares... apenas os rios, em pequenas embarcações...

Bibiana al'Jaar, que já ia indo em direção à saída, pára a meio caminho da porta, congelada. O homem parado lá lança-lhe um olhar penetrante.

O Corno...? balbucia ela. Ora... por que eu teria um palpite? Eu...

Nisso, seu companheiro é empurrado para o lado. O Capitão da Guarda - pelo visto a mulher não estivera blefando a respeito dele - mete a cabeça para dentro, com um sorriso tenso. O Capitão Edd trata de sumir-se na sombra das prateleiras.

Bibiana Sedai, diz ele, seu assunto aqui ainda demorar muito? Haver alguns sujeitos esquisitos a circular aí fora, e achar que dever chamar reforços! Por sinal, estar a me parecer que alguns deles ser contrabandistas procurados, e se já concluir seu negócio, um de meus homens ir acompanha-la à sua estalagem.

"- Bibiana Sedai?", balbucia Mostle Ardoz...

Ele pensa "Isto vai ficando cada vez mais interessante"...

Ardoz paga sua conta rapidamente e fica de olho para ver para onde Bibiana Sedai se dirigirá.

Ele cutuca o Capitão Edd e sussura: "Embora digam para ficarmos longe das Aes Sedai, ela pareceu meio insegura com relação ao tema... Deve saber algo que não sabemos. Vou tentar ver se descubro algo. De qualquer forma, foi um prazer fazer negócios! Se tudo der errado, procuro o Capitão Domon. Nos vemos, Que a Luz o acompanhe!".

Foi assim que Mostle deixou o comércio do Capitão Edd, sonhando com o Chifre de Valere.

(Bah, Leandro, agora empaquei; a estória pode seguir fora dos limites do estabelecimento do Capitão

Boiando em dúvidas, aqui!!! )

Capitão Edd vê a Aes Sedai e o suspeito Mestre Ardoz deixarem seu estabelecimento e retorna aos seus afazeres. O sol irá se por em um par de horas, e ele precisa deixar a casa em ordem antes de fechá-la.

Porém, sentindo uma súbita tontura e sonolência, Edd se senta em um banquinho próximo ao balcão para recobrar as energias. Para seu espanto, desperta tossindo e suando feito um porco. Ainda atordoado, nota uma luz alaranjada no fundo de seu armazém. O barulho de uma viga estralando lhe faz despertar por completo: seu depósito está em chamas!!

Eu precisar salvar a espada!, esbraveja o Capitão, como se as chamas pudessem ouvi-lo. Enrolando-se em um grosso casaco de lã que mantém guardado debaixo do balcão, Edd sai em disparada em direção às chamas. Não consegue chegar à porta que dá para seu escritório, já que uma prateleira tombada bloqueia seu caminho. Retorna então à porta de seu armazém e, já ofegante, sai do estabelecimento, virando à direita e, na esquina do prédio, novamente à direita. Sua intenção é alcançar a janela de seu escritório para, entrando através dela, conseguir recuperar seu mais precioso bem.

Chegando em frente à janela, Edd enrola o casaco de lã que o cobria em seu punho direito e se prepara para arrombar o duro vidro. Ao se posicionar e tomar impulso para o soco, pisa em falso num buraco no chão e, como por mero reflexo, olha pra baixo.

"Uma enorme pegada de lobo encrustada na rocha?? Pelo Criador, o que ser isso?!", pensa. Mas logo a espada volta à sua mente, e a tal pegada fica registrada em um canto remoto de sua memória.

Reposicionando-se, Edd mais uma vez se prepara para dar um soco e quebrar a vidraça. Num rápido giro de tronco, impõe uma grande velocidade ao seu punho - velocidade talvez inimaginável para alguém de seu tamanho e porte físico. E, numa mistura de técnica e força bruta, quebra a grossa vidraça e sua esquadria de madeira em um só golpe.

Removendo os estilhaços, o Capitão pula a janela - com um certo esforço para encolher o abdômen, é verdade - e corre diretamente para a mesa central do escritório. Lá, afasta o móvel e começa a tatear o assoalho, até que encontra uma ripa solta. Levantando o pedaço de madeira, Edd enfia seu braço num buraco escuro e empoeirado de quase 80cm de fundura e, do fundo, ergue um embrulho esguio e comprido.

Com sua espada em mãos, e não mais suportando o calor e a fumaça que faz seus olhos arderem e seus pulmões queimarem, Edd pula novamente a janela e sai em disparada, rumo ao cais. Quem sabe ele ainda não consiga alcançar aquela Aes Sedai?

Na pressa e no desespero, Edd nem nota que a vidraça que quebrara a pouco não emitiu nenhum som ao partir...

Bibiana e seu companheiro embrenharam-se pelas ruelas e canais próximos ao porto.

Bem, isso foi estranho, disse o homem. Vamos para a estalagem agora?

Como Bibiana não respondesse, ele prosseguiu:

Certo, você recuperou seu bracelete. Um golpe de sorte, vamos concordar. Ainda bem que sua amiga não conhecia a jóia de vista. O que quer fazer agora?

Ela não é minha amiga, disse Bibiana. Bem longe disso!

Mas, o que quer fazer agora?, repetiu ele. Pretende juntar-se à Caçada? Ou voltará à sua Torre Branca?

A mulher deteve-se.

Para a Torre? Ah, não, aquele lugar me deixa nervosa. Fiquei presa lá dentro por dezesseis anos, e pela alma do meu pai, não foi nada divertido! Para lá não volto tão cedo!

Oh, certo. Então suponho que vai sair por aí perseguindo homens, como você diz que faz. Vai atrás daquele sujeito, Taim?

Não sei. - respondeu ela. - Muitas das minhas irmãs já devem estar cuidando disso.

O homem começou a rir.

E você está farta de irmãs, pelo menos por enquanto, não é? Luz, Bibiana, pensei que nunca mais iria ve-la e tinha até me esquecido do quanto pode ser interessante estar com você!

E você ainda não viu nada, respondeu Bibiana Sedai, descalçando pensativamente a luva da mão direita. Parecia tão distraída, que nem percebeu que caminhava diretamente na direção de um homem alto e moreno, vestido com um tabardo branco, com um sol radiante a blasonar o peito. Só ao chocar-se de frente com o homem, ela pareceu dar-se conta da sua presença. Imediatamente, deu dois passos para trás e lançou ao sujeito um olhar sobressaltado.

Oh, desculpe-me cavaleiro! Pela Luz, perdoe uma mulher desajeitada! - e, para espanto de seu amigo, curvou-se diante do homem, numa reverência graciosa.

O homem lançou-lhe um olhar indignado, sem sequer dar-se ao trabalho de respoder, e seguiu apressadamente seu caminho. Bibiana sorriu levemente e continuou andando. Seu companheiro, que ficara um pouco para trás, aproximou-se e tomou-lhe o braço, com urgência

Isso não foi brincadeira, disse-lhe ele, tomando fôlego. Raios, Bibiana, ele era um Filho da Luz! Sabe o que poderia...

Inesperadamente, a Aes Sedai soltou uma gargalhada.

E eu consegui, não foi? Não foi, Val? E nem tive de usar o Poder! Ainda sou boa demais nisso! - por um momento, deu a impressão de que iria começar a dar pulos de satisfação, mas limitou-se a erguer a mão e sopesar a bolsa cheia que acabara de furtar do homem de branco - Juro que pensei que todos esses anos como noviça e Aceita, e depois como irmã de pleno direito, tivessem acabado comigo! Mas consegui, e foi fácil!

É, você conseguiu, concordou Val, recuperando-se aos poucos do susto. E o que vai fazer agora, devolve-la? Não sei muito sobre vocês, mas acho para lá de esquisito uma Aes Sedai sair por aí roubando bolsas, você sabe.

Devolver? Nem por sombras! Viu o jeito como ele me olhou? E isso que nem mostrei meu anel! - Bibiana deu outra risadinha. Não, vamos beber algo. Val, você me perguntou o que eu gostaria de fazer agora. Pois eis o que pretendo: viver a vida. Os últimos anos foram uma droga, e quero recuperar o tempo perdido, seja perseguindo canalizadores, seja procurando a Trompa ou roubando bolsas. E quero divertir-me muito no processo!

Mostle Ardoz acabara de sair do armazém de Capitão Edd feliz pelas suas aquisições e intrigado com a moça de nome Bibiana.
- Uma Aes Sedai, não uma moça qualquer, Mostle sua besta...

Ainda se ajustando à nova proteção para as coxas, Mostle observa as ruas e vê se consegue ter alguma noção do paradeira de Bibiana Sedai. Não é seu costume faz o papel de investigador, mas ele precisa encontrar o Chifre de Valere. Ele empenhou sua palavra nisso. E um juramento de um Ardoz é perpétuo.

Ardoz sente a brisa oceânica que faz de Illian uma cidade tão salgada, cheia canais tão peculiares e odores... muitas vezes repugnantes. O sol está se pondo.
- Nossa... passei um tempão dentro daquela espelunca daquele armazém... Mas Edd é simpático, mesmo para um Ilianer... Mal conseguia entender suas palavras. Pelo menos está em sua terra natal, em sua casa. Saudade de um lugar para chamar de casa.

Afastando-se poucos metros do Armazém, Mostle Ardoz sente um frio correr espinha. Os pêlos de sua nuca ficam eriçados. Seu velho instinto de auto-preservação. Ele procura o Vazio.

Vira-se e vê uma massa bruta atravessa a janela do Armazém do Capitão Edd. É o próprio. O Armazém está em chamas e a espada já está em suas mãos. Ele até pode não ser um Mestre de Lâminas, mas sabe se virar bem num combate.

Ele corre até o Capitão, que está cuspindo fumaça. Coloca a espada na bainha novamente e, abraçando-o da melhor forma que pôde - o Capitão é parrudo -, o guia para longe das línguas viperinas do fogo que vão rapidamente consumindo o comércio de Edd

- Venha, caro Capitão Edd. Acredito que nossa, ehm... amiga Bibiana... poderá lhe ajudar com os efeitos da fumaça. São péssimos para a respiração se inalados por muito tempo...

O Capitão Edd tosse aflitivamente

- Sangue e Cinzas, homem! Onde estava com a cabeça ao colocar fogo na sua própria loja?

Quando percebe sua última pergunta, não tinha certeza se realmente a tinha dito ou se tinha feito uma nota mental. O olhar de Edd confirmava que ele havia falado mais alto do que um mero pensamento...
- Mostle sua besta... Leite de mãe em copinho!...
Será que este homem é mais um destes comerciantes ilianers embusteiros? Droga... onde fui me meter?

- Pela Luz!! Venha, vamos procurar aquela moça, sua tosse está horrível!

Se a Aes Sedai ouvir você chamando ela de moça novamente, Mostle sua besta...

Mas ainda faltam quase DOIS meses!!!!!!!

#CHATEADO.

Não chorem, crianças! Já dizem as Profecias do Dragão que "o Criador recompensará aquele que espera"!

Ops... Livro errado!

Crianças, agora que já jogamos a aventura (que pode ser baixada clicando aqui) planejada para o World RPG Fest 2013, ocorrido em Curitiba-PR nos dias 27 e 28 de julho, podemos seguir com nosso querido fórum de interpretação! =D

Situando quem não foi ao evento: a aventura foi dividida em dois grupos, que se cruzariam em um dado momento da narrativa. Por falta de mais jogadores, optamos por rodar a trama de apenas um dos grupos. Tal grupo, por sua vez, era composto de PCs e NPCs já encontrados aqui: Capitão Edd, Bibiana Sedai e Mostle Ardoz.

Em resumo: o grupo se reuniu em Illian, pouco após a convocação d'A Caçada ao Chifre de Valere. O que era pra ser uma busca por um artefato mítico tornou-se um emaranhado confuso de situações envolvendo maquinações de Forsakens, falsos Dragões e muitos shadowspawn!

A aventura acabou em Toman Head, após uma viagem nada bem sucedida por uma Portal Stone, que colocou os jogadores em meio à invasão Seanchan, um regimento de Whitecloaks e a épica batalha travada nos céus entre Rand e Ishamael!

No final da "cagalhofa" (já ouço os risos da Kitty, hahahahaha), o grupo se salvou por um tris de virar churrasco, carne moída (carne de onça???? hahahahaha) ou da'covales e damane, e atualmente se encontra em Falme, junto a um grupo de soldados de Shienar e uns certos jovens da esquecida vila de Dois Rios!

The show must go on, bitches!!

(Nossa, até hoje eu rio sozinha da "cagalhofa"!      ).

- Bibiana Sedai? - perguntou Mostle para Aes Sedai, que parecia perdida em pensamentos com tudo que vira em Falme - irmãs acorrentadas e usadas como animais, uma pessoa que outros (inclusive outras Aes Sedai) chamavam de o verdadeiro Dragão Renascido.

Ele mesmo ainda não tinha se dado conta do que tudo isso significava. O Dragão! Renasceu! Sangue e Cinzas! Ele perdeu a conta, mas o estalajadeiro da estalagem “O Vigilante Por Sobre as Ondas” afirmava que já se passara uma semana desde que aquele garoto ruivo partira, subitamente, com a pequena Aes Sedai de roupas azuis e os homens de Shienar atrás dele.

Ademais, de Validroned, ele não tinha notícias desde aquela manhã: aparentemente fora buscar alguma coisa para Bibiana, mas também não tinha muito interesse em saber o que...

Insistiu:
- Bibiana? O que pretende fazer?

Ante a ausência de resposta, aproximou-se, apreensivo e em voz baixa, para aquele que agora aprendera a chamar de amigo, Capitão Edd. "Edd, seu velho lobo. O que vamos fazer? Creio que já descobrimos o que causou toda a confusão no seu armazém" Virou os olhos em direção ao bracelete de Bibiana, "mas... e agora? O Dragão salva o mundo e nos mata a todos? É isso?"